Enxaqueca: O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos da doença?

Saiba tudo sobre este problema que atinge pessoas no mundo inteiro!

A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça caracterizada por uma dor pulsátil que atinge os dois ou apenas um dos lados da cabeça. Também conhecida por “migranea”, “hemicrania” ou ainda “hemialgia”, a enxaqueca é uma doença crônica que pode ser causada por uma série de fatores, dentre eles o desequilíbrio químico.

A seguir falaremos mais sobre o que é enxaqueca, quais são os tipos, as causas e os tratamentos disponíveis para a doença. Além disso, explicaremos a diferença entre a enxaqueca com e sem aura, e como é feito o diagnóstico da doença. Confira a seguir todos os tipos de enxaqueca e as principais informações sobre a doença.

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O que é enxaqueca?

Atualmente, mais de 150 tipos de dor de cabeça já foram identificados pelos órgãos de cefaleia do Brasil e do mundo. Dentre esses tipos, a enxaqueca ainda possui divisões que a classificam em com aura ou sem aura. Dentro de cada uma das subdivisões, a enxaqueca ainda é classificada entre crônica ou episódica.

Entre as suas classificações, a crônica é o tipo de enxaqueca que apresenta dor de cabeça em 15 ou mais dias de um único mês. Dentre esses dias, pelo menos oito está relacionado com crises de enxaqueca.

Geralmente, os sintomas da enxaqueca são acompanhados de fonofobia, fotofobia, vômito e náusea. Já o tempo de duração de cada crise de enxaqueca pode variar de quatro até 72 horas. O principal sintoma da doença é a cefaleia crônica (dor de cabeça), contudo a definição de enxaqueca não se aplica a intensidade da dor, mas se ela é persistente. 

De acordo com os estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Cefaleia, Sociedade Internacional de Cefaleia e pelo Ministério da Saúde, 15% da população brasileira sofre com enxaqueca. Esse dado mostra que 31 milhões de brasileiros na faixa etária de 25 a 45 anos enfrentam a doença crônica. 

Dentre esses dados, as crianças são a segunda faixa etária que mais sofre com enxaqueca no Brasil. Os dados dos estudos mostram que a incidência de enxaqueca na infância é de 3% a 10% no período que antecede a puberdade. No caso das crianças, a incidência ocorre igualmente em ambos os sexos.

A boa notícia é que o índice da doença diminui na faixa etária acima de 50 anos. Segundo as pesquisas, as mulheres são as que mais sofrem com dor de cabeça, exceto as mulheres acima de 50 anos. Nesse caso, a incidência de enxaqueca é maior entre os homens. Ainda sobre os sexos, o Ministério da Saúde identificou que a incidência de enxaqueca entre as mulheres é de 5% a 25%. Já no caso dos homens a incidência é de 2% a 10%. 

Quais são as causas?

A enxaqueca pode ser causada por uma série de fatores. Cada um desses fatores é responsável por causar o desequilíbrio químico e neuroquímico do cérebro. Além disso, cada tipo de enxaqueca apresenta suas causas específicas. Alguns estudos até mesmo relacionam a enxaqueca com herança genética, mas ainda não há nada comprovado. 

O que se sabe é que a enxaqueca começa a partir da hiperexcitabilidade das células nervosas. Quando elas atingem esse estado e reagem com estímulos externos, seus impulsos elétricos são enviados através dos vasos sanguíneos causando a constrição e a dilatação. Durante esse processo, algumas substâncias como a serotonina e a prostaglandina são liberadas, causando o processo inflamatório que causa a forte dor de cabeça.

Contudo, as causas externas responsáveis por levar ao estado de enxaqueca podem variar muito de pessoa para pessoa. Mas no geral, os pacientes que apresentam quadros de enxaqueca relacionam a crise com os seguintes fatores:

  • Estresse;
  • Noite mal dormida;
  • Jejum prolongado;
  • Dormir mais ou menos que o necessário;
  • Grandes variações de temperatura e umidade do ar;
  • Esforço físico excessivo;
  • Sons e luzes intensas;
  • Perfumes e odores fortes;
  • Uso contínuo de medicamentos;
  • Fatores hormonais (período menstrual);
  • Fatores alimentares (ingestão de determinados alimentos).

Quais são os tipos de enxaqueca?

A doença é dividida em dois grupos diferentes: primária e secundária. Cada um desses grupos possui suas próprias divisões e subdivisões. Confira a seguir todos os tipos de enxaqueca:

Primária

O tipo primária tem como maior característica quadros recorrentes de dor. Esse tipo de manifestação ainda é classificada de diferentes formas, sendo elas: crônica, episódica, com aura, sem aura, basilar, menstrual e hemiplégica. 

  • Episódica: dura de 14 dias a 1 mês e apresenta quadro de dor intensa.
  • Crônica: tipo de enxaqueca que dura mais de 15 dias variando a intensidade. No geral, esse é o tipo da doença menos incômodo, mas é o mais frequente.
  • Menstrual: ocorre principalmente durante o período menstrual. Mas pode aparecer antes ou depois da menstruação.
  • Basilar: tipo de enxaqueca causado por constrição da artéria basilar. Esse é o tipo mais raro da doença.
  • Com aura (hemiplégica): apresenta dor intensa e fenômeno neurológico onde há ocorrência de alterações visuais.
  • Sem aura: tipo mais comum da doença que apresenta sintomas como bocejos, inchaço e dificuldade de raciocínio antes das crises de enxaqueca. 

Secundária

Nesse grupo, a dor de cabeça é causada por outras doenças, como:

  • Sinusite;
  • Meningite;
  • Infecções;
  • Traumas;
  • Aneurismas;
  • Tumores;
  • Alterações do metabolismo;
  • Alterações hormonais.

O que é enxaqueca com aura?

A enxaqueca com aura é um tipo da doença que apresenta dor intensa e alterações visuais como principais sintomas. Chamadas de escotomas, as alterações visuais são causadas por um fenômeno neurológico associado a crise de enxaqueca. 

Esse fenômeno costuma aparecer poucos minutos antes que o paciente apresente a crise de dor de cabeça. Além disso, o paciente pode sentir alterações do movimento dos músculos. Todos esses sintomas costumam durar de 15 a 60 minutos, dando lugar a dor intensa característica da enxaqueca.

Quais são os sintomas?

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e, principalmente, de acordo com cada tipo da doença. No caso da enxaqueca com aura, mencionamos que o paciente apresenta alterações sensoriais, como a escotomas. Além disso, o paciente que apresenta o quadro da doença com aura pode sentir ou ver:

  • Flashes de luz;
  • Manchas escuras;
  • Dormência;
  • Formigamento de um lado do corpo.

Nos demais casos da doença, os sintomas mais comuns são:

  • Crise de dor de cabeça intensa;
  • Dor pulsátil unilateral ou bilateral;
  • Cefaleia de quatro a 72 horas;
  • Vômitos;
  • Náusea;
  • Bocejos;
  • Sensibilidade ao som;
  • Sensibilidade à luz;
  • Tontura;
  • Irritabilidade;
  • Fadiga;
  • Problemas de concentração;
  • Mudanças de apetite.
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Como é feito o diagnóstico de enxaqueca?

O diagnóstico de enxaqueca é feito de forma simples sem a necessidade de exames complementares. No geral, os médicos neurologistas são os mais qualificados para realizar o diagnóstico da doença. Mas a doença pode ser diagnosticada por outros profissionais da saúde através de algumas perguntas básicas como:

Em qual lado da cabeça você sente dor?

O que você sente durante a crise de dor?

Quanto tempo dura os sintomas?

Os sintomas aparecem nos dois lados do corpo?

Os sintomas aparecem antes da dor começar?

Há alterações visuais ou de movimento antes da crise de dor?

Embora o diagnóstico seja feito de forma simples, o médico poderá solicitar alguns exames para identificar a causa da doença. Além de exames complementares, você deverá responder questões relacionadas a sua família, como histórico de dor de cabeça e uso de certos medicamentos.

Para que o diagnóstico seja preciso, o paciente também precisa apresentar pelo menos cinco crises de dor de cabeça com alguma das características abaixo:

  • Crise com duração de quatro a 72 horas;
  • Dor de cabeça unilateral ou pulsátil;
  • Dor moderada a intensa;
  • Dor que impede atividades do dia a dia;
  • Náusea, vômitos, fonofobia, fotofobia durante a crise de cefaleia.

Quais são os tratamentos?

O tratamento da doença é feito continuamente através de terapias que aliviam os sintomas de dor ou que previnem os quadros de cefaleia. Por isso, o tratamento consiste em duas partes: agudo e preventivo. Na forma de tratamento agudo, a intenção é aliviar e interromper a crise de dor. Já na forma de tratamento preventivo, a intenção é prevenir os quadros de cefaleia. 

No geral, o melhor tratamento é a prevenção das crises de cefaleia. Mas como isso nem sempre é possível, o médico poderá prescrever os seguintes medicamentos para aliviar a dor durante a crise:

  • Buscofem
  • Ácido Mefenâmico
  • Amato
  • Cefaliv
  • Cinarizina
  • Cefalium
  • Dorflex
  • Deocil
  • Depakote
  • Flancox
  • Doril Enxaqueca
  • Flanax
  • Naramig
  • Ibupril (cápsula)
  • Lisador
  • Naproxeno
  • Ibupril 400 mg
  • Neosaldina
  • Nisulid
  • Naramig

Lembrando que apenas o médico poderá prescrever o medicamento correto para o tratamento da enxaqueca. A automedicação poderá desencadear uma série de problemas, inclusive o aumento da dor de cabeça. Por isso é indispensável se consultar com um médico especialista e iniciar o tratamento da forma correta. 

No entanto, você pode recorrer a alguns métodos naturais para aliviar os sintomas da enxaqueca. Confira a seguir os tratamentos naturais indicados a qualquer pessoa para tratar a doença:

Como tratar a enxaqueca de forma natural?

O tratamento natural da doença consiste na prática diária de terapias que previnem e aliviam os sintomas da doença. No geral, essas terapias buscam realizar um trabalho psicológico para que o paciente consiga contornar os sintomas da doença. As práticas recomendadas são:

  • Psicoterapias;
  • Meditação;
  • Relaxamentos;
  • Terapia cognitiva comportamental (controle do estresse e da ansiedade);
  • Biofeedback (intervenção do padrão térmico e treinamento eletromiográfico).

Quais são os medicamentos para enxaqueca?

Os medicamentos utilizados para o tratamento da enxaqueca são prescritos de acordo com o quadro do paciente. Por exemplo, os pacientes que apresentam resultados positivos a partir do uso de analgésicos são tratados com ergolinas e triptanos. Uns exemplos desses medicamentos são:

  • Naproxeno
  • Nisulid
  • Metoprolol
  • Topiramato
  • Propranolol
  • Valproato
  • Divalproato
  • Frovatriptano
  • Timolol

Já os analgésicos mais utilizados para alívio da dor são os mencionados no tópico de tratamento da doença, mais os seguintes medicamentos:

  • Ibuprofeno
  • Antieméticos
  • Paracetamol
  • Cefalium
  • Cinarizina
  • Cefaliv
  • Deocil SL

Além dos medicamentos citados, a enxaqueca também é tratada com o uso de substâncias vasoconstritoras. Esse tipo de medicamento costuma ser o mais eficiente no tratamento da doença, pois atua diretamente na serotonina produzida no cérebro durante a crise de dor de cabeça. Os medicamentos deste tipo mais prescritos pelos médicos são:

  • Anticonvulsivantes
  • Betabloqueadores
  • Anti-histamínicos
  • Antidepressivos
  • Bloqueadores de cálcio
  • Toxina botulínica A 
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Quais são os grupos e fatores de risco?

Embora a enxaqueca seja uma doença sem causas definidas, há uma série de fatores que classificam algumas pessoas em um grupo de risco. Os fatores e o grupo de risco são definidos a partir de características relacionadas com a doença. Esse grupo é composto pelos seguintes indivíduos:

  • Mulheres em todas as fases (inclusive na gestação);
  • Pessoas com idade entre 25 e 55 anos;
  • Homens no período da puberdade;
  • Pessoas que fumam;
  • Pessoas que ingerem bebida alcoólica;
  • Pessoas que moram em grandes cidades e centros urbanos.

Além desses fatores que contribuem para o desenvolvimento da enxaqueca, a própria doença também contribui para o surgimento de outras condições. Dentre essas condições estão às doenças cardiovasculares e o AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Alguns fatores também podem contribuir para que o quadro de dor de cabeça fique ainda pior. Os fatores que prejudicam o tratamento da doença são:

  • Tabagismo;
  • Vulnerabilidade genética;
  • Estresse;
  • Anticoncepcionais femininos;
  • Barulho;
  • Poluição;
  • Odores;
  • Luzes fortes;
  • Alimentos com glutamato monossódico, tiramina, nitratos, aspartame e álcool;
  • Mudanças hormonais;
  • Falta de cafeína ou chá (no caso de quem consome frequentemente);
  • Clima quente e seco;
  • Obesidade;
  • Vasodilatadores;
  • Exercícios físicos intensos em dias quentes.

Como prevenir a enxaqueca?

O tratamento preventivo da enxaqueca pode diminuir até 50% das crises de dor de cabeça. Por isso, é indispensável que o paciente realize o tratamento agudo (alívio da dor) e o tratamento preventivo (para prevenir a dor). Quem vive com essa condição, deve realizar o acompanhamento médico constante e adotar medidas de prevenção de crise.

Atualmente, os médicos e especialistas em cefaléia relacionam uma vida saudável com a diminuição das crises de enxaqueca. Para que a medida seja preventiva, você pode adotar os seguintes hábitos:

  • Não exagerar na carga de analgésicos.
  • Não fumar ou beber bebida alcoólica.
  • Evitar atividades estressantes.
  • Se alimentar de forma saudável evitando a ingestão de açúcar e cafeína.
  • Ter uma boa noite de sono.

A melhor dieta para quem sofre de crises de enxaqueca é aquela que não contém alimentos com feniletilamina, nitritos, tiramina, glutamato monossódico e álcool. Todos esses elementos são prejudiciais para a saúde de qualquer pessoa, mas age ainda mais gravemente em quem já sofre com enxaqueca. 

Como exemplo, temos os seguintes alimentos que devem ser evitados por quem tem fortes dores de cabeça:

  • Queijos envelhecidos;
  • Frutas cítricas (laranja, abacaxi, limão, pêssego, entre outras);
  • Frituras e gorduras;
  • Carnes processadas;
  • Café;
  • Chá;
  • Refrigerantes;
  • Álcool;
  • Aspartame.

Como é a convivência e o prognóstico da doença? 

A vida de quem sofre com crises de enxaqueca é regrada por uma dieta saudável e por hábitos preventivos da doença. No entanto, mesmo com a prática diária desses hábitos, a crise pode surgir e levar o paciente a momentos de agonia. Quando esses momentos chegam, é preciso seguir algumas recomendações. Confira a seguir quais são elas:

Tome o medicamento conforme prescrição médica

Deixar de realizar o tratamento completo é um grande erro para quem sofre de fortes dores de cabeça. Contudo, quando a crise já está em sua fase inicial é indispensável que o paciente tome a medicação prescrita pelo médico. Nesse caso, é importante lembrar que o remédio demora certo tempo para fazer efeito, o que é absolutamente normal.

Entenda a causa e o alívio da dor

Sempre que tiver uma crise de enxaqueca tente avaliar as possíveis causas. Para isso, você só precisará se concentrar nos alimentos que consumiu, nas atividades que praticou, e os fatores externos à sua volta. Além da causa, você deve procurar soluções que causem o alívio da dor. Dê preferência por soluções saudáveis, pois o uso de remédio prolongado também pode piorar o quadro de dor de cabeça.

Cuide de cada sintoma

Caso você sinta vários sintomas durante a sua crise de enxaqueca, se concentre em tratar um de cada vez. Nesse caso é importante salientar que os analgésicos tratam apenas a dor, por isso é importante controlar outros sintomas como o vômito.

Fique em um local silencioso e escuro

Esse é o ambiente perfeito para você ficar até que a dor de cabeça passe. Luzes e barulho são fatores que contribuem para que a crise de enxaqueca só piore. Por isso é indispensável ficar confortável em um ambiente com poucos estímulos sensoriais.

Quais são as possíveis complicações?

Caso a enxaqueca não seja tratada, o paciente poderá apresentar as seguintes complicações:

  • Distúrbios do sono;
  • Distúrbios psiquiátricos e psicológicos;
  • Déficits cognitivos;
  • Tonturas;
  • Dores em outras regiões do corpo;
  • Doenças gastrointestinais;
  • Tonturas.

Como prevenir as complicações?

A melhor forma de prevenir as complicações da enxaqueca é realizar o tratamento contínuo da doença. Somente com um tratamento sério é possível resolver o problema. Para que o tratamento seja efetivo, o paciente precisa adotar hábitos saudáveis e abandonar hábitos prejudiciais. 

Além de uma rotina saudável, o paciente precisa tratar inicialmente os sintomas da enxaqueca com medicamentos ou terapias naturais. Após o controle da dor, é preciso realizar práticas diárias de prevenção de crises de enxaqueca. 

Uma boa dica é manter um diário com dados sobre as crises de enxaqueca. Dessa forma é possível identificar através de uma associação as causas mais prováveis da doença. Para isso, o paciente só precisará anotar aspectos relacionados à crise, os alimentos consumidos, as atividades praticadas, entre outros fatores. Sabendo de todos esses dados e adquirindo bons hábitos, qualquer pessoa pode se livrar dos incômodos da enxaqueca

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