Muitas pessoas têm medo de doenças oculares pela sua capacidade de causar cegueira e uma das que mais preocupam é a ceratocone.
Inclusive, há até relatos de um tiktoker contando sobre como ele desenvolveu a doença, que tem potencial para causar cegueira. Sendo assim, é muito importante que todos conheçam mais dos seus sintomas e entenda como essa doença se desenvolve.
Apesar de ser uma condição com a qual as pessoas podem conviver por anos, a verdade é que há muito mais gente com diagnóstico de ceratocone nos últimos tempos e isso é algo que preocupa consideravelmente os oftalmologistas.
Do que se trata o ceratocone?
O local que essa doença afeta é a córnea, fundamental para que as pessoas possam enxergar. Trata-se de um quadro inflamatório e o que ele faz é deixar a córnea mais ou menos como um cone, sendo por isso o nome.
Nessa forma, fica mais difícil para a córnea fazer a refração e, com isso, permitir que as imagens sejam identificadas.
É por causa disso que as pessoas que têm ceratocone acabam começando a enxergar mais embaçado e tendo mais problemas: porque a sua córnea não está saudável e não permite a correta refração.
Quais são os primeiros sinais?
Há algumas coisas que podem demonstrar que existe ceratocone, como:
- Fotofobia
Nesse caso, os pacientes sentem os olhos ardendo quando estão em um ambiente iluminado, mesmo que seja uma lâmpada comum. Muitas vezes, os olhos lacrimejam e os pacientes com ceratocone nem mesmo conseguem ficar com eles abertos.
- Visão desfocada
Para quem tem essa doença, costuma haver problemas para enxergar a qualquer distância, ou seja, não importa se o objeto está longe ou se está perto, essa pessoa não vai enxergar bem da mesma maneira.
- Visão dupla
Esse é um dos sintomas que indicam que a córnea não está no formato adequado.
É válido salientar que o fato de a pessoa simplesmente ter um sintoma, como apenas a visão dupla, não é o bastante para indicar que haja ceratocone.
Como acontece com a maioria das doenças, é necessário que haja vários dos sintomas para que se possa determinar a existência da condição.
Como se faz o diagnóstico
Existe um exame próprio para se concluir que a pessoa tem ou não ceratocone e ele se chama biomicroscopia. No entanto, é preciso primeiro se consultar com um oftalmologista, que vai fazer uma avaliação clínica.
Na mencionada avaliação, já é possível verificar se existe um indício de ceratocone e, em conjunto com o histórico do indivíduo (se há familiares com doenças semelhantes), o profissional determina se uma biomicroscopia é necessária ou não.
O ceratocone pode ser curado?
Infelizmente, não há meios de se curar o ceratocone: assim como acontece com o glaucoma, essa é uma doença que precisa ser acompanhada pelo resto da vida.
O oftalmologista, por outro lado, pode sim indicar o uso de lentes especiais e de medicações que ajudem a impedir que a córnea continue se estreitando. Dessa maneira, evita-se que o quadro de ceratocone fique pior.
Há especialistas que indicam até mesmo uma cirurgia ou o transplante de córnea, lembrando sempre que esse é um procedimento que costuma ser considerado caro pela maioria dos pacientes. Além disso, não é simples encontrar um doador de córnea.
Qual é a relação entre coçar os olhos e desenvolver ceratocone?
Os oftalmologistas não recomendam que se coce os olhos com frequência porque esse movimento pode ajudar a danificar a córnea.
Infelizmente, há muitas pessoas que têm o hábito de esfregar com frequência os olhos, especialmente quando estão em meio a uma crise alérgica. É por isso que se diz que pessoas que têm rinite, por exemplo, são mais propensas a desenvolver ceratocone.
Sendo assim, é muito importante que se evite ficar coçando ou esfregando os olhos porque, no caso de haver uma pré-disposição genética, os riscos de o ceratocone aparecer são bem grandes.
Vale salientar que, nas consultas regulares, os oftalmologistas podem perceber previamente que existe um desenvolvimento de ceratocone e, com isso, começar a pará-lo antes de um quadro mais grave.
Por isso, é fundamental que todos procurem um oftalmologista a cada um ano ou, no máximo, dois anos para fazer uma avaliação ocular.
O ceratocone pode tirar a visão?
De fato, essa é sim uma das complicações do ceratocone. Certamente, a mais grave. Pessoas que têm essa doença podem, com o passar dos anos, perder a sua visão de forma completa.
Contudo, isso é mais comum quando o paciente não faz a devida avaliação com o oftalmologista e não usa qualquer tratamento de controle.
Quando se usa as devidas medicações ou lentes que o especialista indica, é possível retardar o avanço do ceratocone e, apesar de ele afetar a qualidade da visão, ele pode não evoluir para uma cegueira completa quando é combatido.