Milhares de pessoas convivem com uma perspectiva bastante assustadora: a de ter, a qualquer momento, uma crise de pânico.
Aquelas que já passaram por isso sabem que se tratam de minutos que parecem que nunca acabarão, além da sensação de impotência e até de vergonha que seguem a crise, fazendo com que tudo fique mais tenebroso.
É por isso que se torna muito importante aprender o que fazer quando ocorre uma crise de pânico: assim, a crise pode ser suavizada e afetar o mínimo possível o cotidiano do paciente.
Por que ocorrem as crises de pânico?
Para começar, as crises desse tipo são sintomas de uma condição psiquiátrica chamada Síndrome do Pânico. Essa é uma condição na qual o paciente desenvolve um medo irracional de morrer ou de passar por situações de perigo.
Na realidade, cada paciente tem o seu próprio gatilho: aqueles que têm doenças respiratórias e sentem muito medo delas podem ter como gatilho a ideia de que não estão respirando.
Há quem tenha como gatilho o pensamento de perder a sua família; para outros, o gatilho é o pensamento de sofrer um acidente ou saber de algum acidente, etc.
O fato é que as crises de pânico são relacionadas a um medo desproporcional e, normalmente, a situação que essas pessoas temem nem mesmo acontecerá um dia.
Com relação ao motivo pelo qual alguém desenvolve Síndrome do Pânico e as suas crises, é algo incerto: considerando que seja uma condição psiquiátrica, como a depressão, pode-se “culpar” a desregulação da química cerebral.
Há também fatores sociais que podem fazer com que as crises de pânico se desenvolvam, além de uma pré-disposição genética também dever ser avaliada.
As crises são imprevisíveis
É muito importante estar ciente de que as crises de pânico, na maioria das vezes, acontecem sem que haja nenhum indicativo de perigo.
O paciente pode estar sentado assistindo a um filme e, no seu subconsciente, algum pensamento desencadear uma crise. Pode ser até uma lembrança de algo, uma cena daquilo que ele está assistindo, etc.
Há muitos relatos de pacientes que estão cumprindo seus compromissos normalmente e, de repente, começam a sentir os primeiros indícios de uma crise de pânico.
Aliás, é a imprevisibilidade que acaba deixando os pacientes de pânico vulneráveis: como eles não sabem quando ocorrerá uma crise, eles ficam sempre na expectativa e isso até acaba agravando a situação.
O que fazer quando ocorre uma crise de pânico?
Aqui estão algumas coisas que ajudam a fazer com que a crise de pânico seja contornada:
- Se possível, ficar próximo a alguém de confiança
O fato de ter alguém de confiança por perto, que possa reafirmar que é uma crise passageira, ajuda muito o paciente, fazendo com que ele se sinta seguro de novo.
- Respirar profundamente pelo nariz
Um dos principais sintomas da crise de pânico é a respiração curta, fazendo com que a pessoa tenha a sensação de que está com falta de ar. É comum também que os pacientes tentem respirar profundamente pela boca e não consigam.
Portanto, o ideal é que se tente inspirar profundamente pelo nariz: conforme o ar entrar, a pessoa começará a “mostrar” ao cérebro que está respirando normalmente. Deve-se fazer essa inspiração algumas vezes.
- Tentar distrair-se
É importante que o paciente que está em uma crise de pânico coloque o seu foco em outra coisa: pode ser uma conversa com alguém, pode ser um programa de TV, pode ser a contemplação da natureza, etc.
Uma boa fica é contar quantos itens azuis há no ambiente, ou tentar listar quantos nomes se consegue lembrar com determinada letra.
- Pensar que isso não mata
É claro que parece grosseiro se alguém fala para uma pessoa em meio a uma crise de pânico: isso não mata. Porém, é a realidade e o paciente tem de se lembrar de que ele não está em perigo de morte, já que é isso que ele sente.
Portanto, se não houver ninguém por perto que possa dizer isso ao paciente com pânico, ele mesmo deve pensar “É uma crise de pânico e ela não vai me matar”.
Crises de pânico duram por tempo variado
Normalmente, a crise mais aguda de pânico não dura mais que vinte minutos. No entanto, é perfeitamente possível que o paciente continue se sentindo vulnerável pelo resto do dia e que não consiga voltar à normalidade.
Tratamento é fundamental para reduzir as crises
Fazendo terapia com um profissional especializado em Síndrome do Pânico ou, eventualmente, tomando medicações psiquiátricas, o paciente consegue reduzir muito o número de vezes que tem uma crise.
Além disso, com o tratamento adequado, as crises de pânico que possam vir a acontecer se tornam bem mais leves, ficando mais fáceis de administrar e durando bem menos que as crises de antes.