Procedimentos estéticos: quais os riscos?

O Brasil é o segundo país no mundo em realização de procedimentos estéticos. São realizados ao todo cerca de 1,4 milhões de cirurgias estéticas por ano segundo a Sociedade Internacional de Cirurgiões Plásticos.

Se fizermos uma proporção teremos em torno de 7,3 cirurgias por cada habitante. A Sociedade Brasileira de Cirurgia atribui este aumento ao crescimento apresentado pela classe média no país. Com isso, pessoas passaram a ter um aumento em seu poder aquisitivo que lhes permitiu acessar bens e serviços que antes não podiam.

Além disso, a própria preocupação com a estética também cresceu. Juntamente com ela a busca por cosméticos, maquiagem, produtos dermatológicos e sim, as cirurgias plásticas. Contudo, existe um fator determinante que vem impulsionando a mania de procedimentos estéticos: a rejeição do natural.

A sociedade impõe seus padrões de beleza, na moda, na rede social e em diversos meios. Tudo gira em torno da idealização do que seria o corpo ideal. Com isso, temos sujeitos que passam a rejeitar sua composição natural pelo fato de a mesma fugir aos requisitos do que é visto como belo.

Porém, este tal corpo ideal é, na prática, impossível de ser alcançado biologicamente. Assim, cria-se uma obsessão que leva muitos a quebrarem a barreira entre o cuidado saudável do corpo e a instalação de doenças.

Por que este excesso de cirurgia plástica?

O sonho estético que muitos têm quase sempre está atrelado à ideia de que o mesmo trará a perfeição que lhe falta. Porém, este sonho pode terminar se tornando um pesadelo, e a fim de evitar isto, é preciso repensar seriamente a ideia do procedimento. Ou seja, ter consciência de que recorrer a uma cirurgia plástica não é a única solução.

Muitos pacientes passaram a enxergar a cirurgia como um método de estilo, tal qual um corte de cabelo ou roupa. Contudo, uma cirurgia não é modismo, e sim um tratamento de saúde, por isso deve ser visto como tal.

Numa mesa de cirurgia há uma vida em jogo, como em qualquer outro procedimento reparador. Por isso, ao se deparar com pacientes que tenham esta ideia deturpada do procedimento estético o médico deve recusar.

Afinal, muitos dos problemas de autoaceitação dessas pessoas não serão resolvidos com cirurgia e sim com psicólogo. A busca pela magreza, corpo escultural, afeta diariamente milhares de pessoas que não se encontram aí. Disto resultam problemas psíquicos sérios, transtornos alimentares e outros problemas.

Riscos da cirurgia

Todo e qualquer procedimento oferece riscos ao paciente, e a cirurgia plástica não foge desta regra. Devido a isto, é de extrema importância que o profissional discuta com o paciente sobre todas as possíveis complicações. Ou seja, ele precisa estar a par de toda dificuldade que pode ser enfrentada, antes, durante e principalmente após o processo.

Algumas consequências comuns que podem ocorrer são hemorragias, tromboses e sensibilidade local. Na verdade, estas complicações podem começar desde a anestesia e evoluir para quadros de pneumonia, manifestações alérgicas e até mesmo a morte.

Além disso, o pós-operatório costuma ser bem exigente, havendo necessidade de cuidados extremos e muitas limitações.  E para quem já possua problemas de saúde, isto se torna um risco ainda maior. Doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e outras são fatores de risco para más evoluções pós-cirúrgicas.

Quem possua maus hábitos como a ingestão de álcool e tabagismo também não são bons candidatos a pacientes cirúrgicos. Afinal, os riscos deste organismo só aumentam e além disso, a cicatrização fica completamente comprometida.

A idade também é um fator a ser avaliado, pois quanto maior a idade, maiores as chances de o corpo agir como não esperado. Por isso, são preciso exames pré-operatórios investigativos bem criteriosos.

Cuidados pós cirurgia plástica

Recomenda-se que nos primeiros dias o repouso seja quase absoluto. Todos os movimentos precisam ser feitos com cuidado, mas andar de forma moderada também ajuda na recuperação.

Portanto, deslocar-se para ir ao banheiro, bem como sentar-se à mesa para as refeições ajudam a diminuir os riscos de trombose. É preciso cuidado também como os medicamentos paliativos usado para consequência como dores. Os que contenham ácido acetilsalicílico, por exemplo, devem ser evitados, já que possuem anticoagulantes.

A exposição ao sol também deve ser vista com muito cuidado até a completa cicatrização da cirurgia. Afinal, a radiação pode aumentar a possibilidade de hiperpigmentação, assim, teremos uma cicatriza mais escura que a da pele em redor.

A alimentação a ser mantida também é importante durante o período de cicatrização. Deve-se priorizar alimentos que favoreçam a recuperação e ajudem a evitar infecções. Portanto, é preciso evitar ao máximo o consumo de alimentos processados, refrigerantes, frituras, carnes gordas, fast food e similares.

Assim, invista nas frutas, vegetais, legumes e muita fibra para ajudar na cicatrização. Desta forma você tem mais chances de se recuperar mais rápido e manter a sua saúde em dia após a intervenção cirúrgica.